Observatório de Benefícios Tributários

Transparência e informação sobre incentivos fiscais e gastos tributários — o que são, como funcionam e quais impactos no orçamento público.

Requisitos para criação de um benefício tributário

A criação de um benefício tributário no Brasil não é um ato discricionário. Ela é regulamentada por um conjunto de normas rigorosas que visam a garantir responsabilidade fiscal e transparência.

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Requisito #1

Estimativa de impacto orçamentário-financeiro

O que é?

A proposta deve, obrigatoriamente, ser acompanhada de um estudo que calcule o valor da renúncia de receita para o ano de início e para os dois anos seguintes.

Por que é importante?

Para que os gestores e o Congresso saibam, de antemão, o "custo" daquela decisão para os cofres públicos.

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Requisito #2

Condição de compensação fiscal

O que é?

A lei exige que a perda de receita seja compensada de, pelo menos, uma das seguintes formas:

  • Opção A

    O proponente demonstra que a perda de receita já foi considerada no cálculo do Orçamento da União e que não vai comprometer as metas fiscais do governo.

  • Opção B

    A proposta vem acompanhada de uma medida que aumenta a receita em valor equivalente, como a elevação da alíquota de outro tributo.

Por que é importante?

Garante que a criação de um benefício não gere um "rombo" inesperado nas contas públicas.

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Requisito #3

Conformidade com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

O que é?

A LDO de cada ano pode trazer regras adicionais. Nos últimos anos, tornou-se comum a exigência de que os novos benefícios:

Tenham prazo máximo de vigência de cinco anos.

Designem um órgão gestor responsável por seu acompanhamento.

Definam objetivos, metas e indicadores de desempenho.

Por que é importante?

Impede a criação de benefícios "eternos" e sem dono, forçando uma reavaliação periódica.

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Requisito #4

Alinhamento à Constituição Federal

O que é?

A Emenda Constitucional 109/2021 estabeleceu um novo patamar de controle, determinando que o total de benefícios seja reduzido gradualmente a um teto máximo de 2% do PIB.

Por que é importante?

A previsão é de que em 2025 esse percentual chegue a 4,4%, mais do que o dobro do limite constitucional.